Um Chamado à Realidade

A razão disso é muito simples: pois o ser humano também “quer” isso! É muito mais difícil construir do que destruir, incluindo as estruturas de um pensamento lógico, crítico e organizado que naturalmente levam a uma ampliação da consciência e a uma vida mais virtuosa. Princípios organizam, enquanto a livre projeção de nossas pulsões, angústias e anseios sempre encontram elementos com os quais se identificar em uma “modernidade líquida” (Bauman, Z.) essencialmente hedonista. A tecnologia, as facilidades, a aversão ao sofrimento e as futilidades alimentaram o aspecto comodista do ser humano, o tornando frágil e sensível à críticas, já que tudo que busca é a satisfação de prazeres imediatos e o fortalecimento de crenças românticas de um mundo utópico - muito distante do real, que exige posturas mais firmes, questionamentos de convicções e mudanças de perspectivas.

O homem não deseja a mudança interna, pois esta é extremamente custosa e dolorosa. Para que modificar sua forma de pensar enquanto existem medicamentos que te fazem se sentir melhor sem ter que mudar absolutamente nada? Para que ser de fato uma pessoa espiritualizada enquanto existem redes sociais nas quais você pode simplesmente postar uma foto sua “meditando” para se ter o mesmo efeito egoico e social do conceito? Não é o que as pessoas pensam de você que importa? Não é pela comparação que você vive, sempre querendo aparentar ser e ter mais? Pois é, a vida da grande maioria realmente é uma mentira aos olhos dos outros e aos seus próprios olhos. A pior ilusão é aquela que você nem desconfia que existe, e por isso mesmo que ser inconscientemente “programado” pelas narrativas da grande mídia progressista e perversa é tão fácil, pois nela você encontra elementos para projetar o caos do seu próprio mundo interior.

Mas o que importa é realmente bater metas em todos os aspectos que são visíveis aos outros nessa sociedade superficial, enquanto se anula a própria vida, consciência e caráter.

“There is no coming to consciousness without pain” - Jung

Aviso aos wokes e goodvibes que existem críticas sarcásticas neste texto. “Gratidão”.